ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 31.05.1988.

 

 

Aos trinta e um dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Terceira Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destina da à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita a Srª. Maria Pinto Mottola, concedido através de Projeto de Resolução nº 36/87 (proc. nº 2151/87). Às dezessete horas e vinte e seis minutos, constatada a presença de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a MESA: Ver. Frederico Barbosa, 1º Vice –Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sr. John Ostergreen, representante do Conselho Estadual de Entidades Assistenciais; Prof. Dr. Átila Sá de Oliveira, Vice-Diretor da Faculdade de Direito da PUC e ex-Secretário de Educação e Cultura; Profª. Antonieta Baroni, Presidente da Aliança Francesa e Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano; Srª. Vera Lia Cavalheiro, Presidente da Associação das Cidadãs de Porto Alegre; Sr.ª. Maria Pinto Mottola, Homenageada; Dr. Sílvio Mottola, Cônjuge da Homenageada; Verª. Gládis Mantelli, 1ª Secretária da Casa. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. A Verª. Gladis Mantelli, em nome da Bancada do PMDB, discorreu sobre a atuação da Sr.ª. Maria Pinto de Mottola em prol da causa social pela qual batalha, na busca de uma sociedade mais justa, ressaltando trabalho de S.Sª. junto à infância e velhice desamparadas. Relembrou sua atuação à frente do Conselho Estadual das Entidades Assistenciais, do qual a Homenageada é Presidente há doze anos. A Verª. Teresinha Irigaray, em nome da Bancada do PDT, falou de sua imensa satisfação em homenagear a figura “ímpar’ de mulher que representa a Sr.ª. Maria Pinto Mottola. Disse que essa Sessão reconhece o valor de S.Sª. observado fortemente através de seu trabalho, muitas vezes anônimo, em prol dos desamparados e necessitados de nossa Cidade. Após, o Sr. Presidente leu correspondência recebida pela Casa, alusiva à presente homenagem e solicitou a Verª. Gládis Mantelli que assumisse os trabalhos. Em continuidade, o Ver. Frederico Barbosa, como proponente da Sessão e em nome das Bancadas do PFL, PDS e PL, externou sua alegria por participar da presente Sessão, como autor da proposição que lhe deu origem, dizendo que essa autoria também era buscada pelos Vereadores Raul Casa e Bernadete Vidal, de seu Partido. Discorreu sobre o significado do Título de Cidadão Emérito, como o reconhecimento de Cidade àqueles que trabalham em prol do desenvolvimento de Porto Alegre. Atentou para a grande presença de amigos e conhecidos da Sr.ª. Maria Pinto Mottola, ressaltando o trabalho de S. Sª. em prol dos grupos mais carentes da nossa comunidade. A seguir, a Sr.ª. Presidente convidou o Ver. Frederico Barbosa a proceder à entrega do Troféu “Frade de Pedra” a Sr.ª. Maria Pinto Mottola e concedeu a palavra a S.Sª. , que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada a mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e dez minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Frederico Barbosa e Gládis Mantelli e secretariados pela Verª. Gládis Mantelli. Do que eu, Gládis Mantelli, 1ª Secretária, determinei que fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Estão abertos os trabalhos. A presente Sessão Solene tem por finalidade a entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita à Sr.ª. Maria Pinto Mottola, título este originado pelo Proc. n.º 2151, de 23 de setembro de 1987, tendo como autor este Parlamentar. Como é de praxe, vários segmentos partidários se farão presentes nesta Sessão.

Em primeiro lugar, com a palavra a Verª. Gládis Mantelli em nome do PMDB.

 

A SRA. GLÁDIS MANTELLI: (Menciona os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, amigos da homenageada, passamos por uma grave crise, calçada na injustiça social e no desamor. Tal fato faz com que, de todos os cantos da nossa sociedade, ecoem palavras que pregam a justiça, a fraternidade, o respeito à criatura humana, enfim, que se estabeleçam os nobres valores humanistas.

Porém, de Maria Pinto Mottola, em nenhum momento, se ouviu qualquer palavra neste sentido, pois enquanto muitos proferem belas palavras que embelezam qualquer discurso, esta senhora resolveu não falar, mas quase no anonomato, agir.

Disse o Presidente Tancredo Neves, “o discurso é efêmero, o exemplo permanece”, pois só este constrói e edifica.

Enquanto se fala em justiça, fraternidade e humanidade, esta senhora resolveu fazer de sua vida um instrumento de transformação de nossa sociedade.

As atividades que desenvolveu e desenvolve revelam-na uma apaixonada pelo seu semelhante.

Mulher, mãe e avó, três papéis diversos dentro de uma família, mas uma só pessoa, berço de atenções e carinhos.

Artista, fez da música o instrumento pelo qual expandiu seu amor a todas as pessoas.

Maria Pinto Mottola é o estilo de pessoa que precise doar-se a causa social, pois seu espírito fraterno é tão grande que necessita da felicidade de todos para realizar-se.

Mulher de fé, aí repousa o segredo de não ter abandonado a sua jornada nas horas difíceis. Só quem crê é capaz de superar cada dificuldade e ir em frente.

Batalhadora pela causa da mulher, busca uma sociedade que seja mais justa, porém esta sociedade que a cria, alimenta e educa e, para quem, após tudo isto, vira o rosto, através de uma discriminação desumana e hostil.

Maria Motttola nunca deixou de se preocupar com a infância e a velhice, aparentemente dois extremos, mas em verdade um só corpo com faces opostas. Ambas são abandonadas e esquecidas por uma sociedade que não tem mais tempo para elas. Ambas possuem a esperança como traço comum.

No seu trabalho, nossa homenageada tem presente a certeza de que a infância e a velhice não devem ser fruto de caridade da nossa sociedade, mas da necessidade de uma condição digna de vida destes segmentos pois a criança é nossa única garantia de futuro e o idoso representa a experiência que dá tranquilidade e harmonia ao presente. Em todas suas atividades em prol do reconhecimento e de um tratamento mais digno dos poucos favorecidos, Maria Mottola teve oportunidade de desenvolver à frente do Conselho Estadual das Entidades Assistenciais, do qual é Presidente há 12 anos, marcando juntamente com sua equipe de trabalho uma atuação que não conhece limites.

A causa social é muito grande e não é por outro motivo que está a sua frente uma grande mulher.

O título de Cidadã Emérita desta cidade que hoje lhe outorgamos não signigfica a missão cumprida, mas um reconhecimento pelo que já foi feito, e o incentivo dos representantes da Comunidade para que continue.

Porto Alegre necessita do trabalho desta filha que adotou com muito carinho.

Quero que aceite, em meu nome particular e do PMDB o meu carinho e admiração por ser um exemplo que anima a todos aqueles que na luta por um novo amanhã, às vezes se sentem fracos, frente as dificuldades e barreiras que não são poucas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Verª. Teresinha Irigaray, que falará em nome da sua Bancada, o PDT.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY:( Menciona os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, Srs. Presidentes; meus Senhores, minhas Senhoras, Srs. Funcionários, Srs. da Imprensa, às vezes a palavra quase que se torna impossível, diante da situação criada . E, é com muita emoção e alegria que nós homenageamos uma figura ímpar de mulher e, eu faço com muita satisfação, muito respeito, o faço homenegeando, com muita dignidade, uma figura que se projetou, que exerce uim trabalho quase que anônimo, diuturno, um trabalho assistencial gratificante e que nesta hora, nesta tarde, nesta Casa do Povo, nós temos a satisfação de homenagear.

Independente, Maria Pinto Mottola, de qualquer sigla partidária, independente de qualquer Partido, tu estas sendo homenageada aqui pelo reconhecimento do teu valor. Isto está acima de qualquer situação, esta acima de qualquer sigla. Tu tens um trabalho feito na Comunidade, tu tens um trabalho feito nas vilas marginalizadas, tu tens um trabalho feito com as crianças de Porto Alegre, tu tens um trabalho feito com as mulheres de Porto Alegre. Tu tens um trabalho com os indigentes. E, nesta hora, como disse a Verª. Gládis Mantelli, de uma carência total de reconhecimentos no âmbito social de quem faz e exerce estas coisas de livre e espontânea vontade, graciosamente, é uma coisa que nos emociona, que nos transforma e que nós avaliamos como um grande significado. Eu tenho na conta que Maria Pinto Mottola é uma das mulheres que representa o Rio Grande do Sul com grande envergadura devida a sua extraordinária estrutura. E quem vê esta mulher pequena e franzina não sabe do que ela é capaz de fazer. É uma mulher extraordinária, é uma mulher combativa que representa bem as mulheres de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, e dentro de um trabalho, como já foi dito, que não é muito reconhecido, porque realiza-se, executa-se, viabiliza-se e, de repente, existe a discriminação e a marginalização no tocante a mulher. Mas Maria Pinto Mottola mantém-se na presidência das entidades assistenciais desde 1976. Ela se sobressai, ela se salienta pela sua cultura, pela sua tenacidade, pela sua dinâmica, pelo seu esforço, pela sua extraordinária sensibilidade, pela sua receptividade em qualquer lugar onde esteja. A Maria não se distancia de ninguém, a Maria está sempre próxima ao seu próximo, a Maria está sempre atenta ao problema social, a Maria está sempre diligente naquilo que ela deve fazer. E isso nos deixa feliz em poder te homenagear e não haver restrições nesta homenagem e não estabelecer fronteiras, nem estabelecer limites, para aquela que dá tudo e oferece tudo , e se doa por completo. Porque nós acompanhamos, com todo o respeito, este trabalho diuturno que ela faz como Presidente. Nós acompanhamos, apesar, como já disse, de não pertencermosa sua entidade política, mas sabemos, que ela o faz com o coração; sabemos que Maria Pinto Mottola faz esse trabalho com todo o respeito, sabemos que ela exerce isso com muita dignidade, com muito carinho, e com muita alegria. Por isso, nesta tarde fria, nós estamos aqui, no calor desta homenagem, e sabendo que a Câmara municipal de Porto Alegre, por unanimidade, conferiu este Título a uma mulher que Porto Alegre,certamente, estará destacando, estará dando o seu devido valor, e que, com o passar dos anos, a história social desta Cidade irá contar e fazer justiça. Estamos aqui, Maria Pinto Mottola, as suas amigas, os teus amigos,os teus familiares, os teus admiradores, aqueles que te respeitam e, principalmente, acima de tudo, respeitam o teu trabalho. Agora sim, pela Bancada do PDT, e em meu nome pessoal, nós queremos externar o nosso reconhecimento peloque tu fazes pela Cidade de Porto Alegre, pelo que tu fazes, pelo Rio Grande do Sul, pelo que tu fazes pelas nossas crianças, pelas nossas vilas e pelos nossos abandonados. Não é qualquer uma, ou quaçquer um, que poderia fazê-lo. E tu fazes com muita propriedade, com muita sensibilidade, com muita garra e com muita emoção. Por isso, nós reconhecemos o teu valor, e estamos aqui, nesta Tribuna, para exaltar a tua figura e conceder este Título, porque tu,realmente, mereces. E queremos deixar configurado nosso respeito, a nossa gratidãoe a nossa alegria, ao saudar-te. Que Deus te proteja, ilumine, e sigas o teu caminho, junto com teus amigos, junto com todos os que te cercam, para proporcionar mais, sempre mais, para que, vinda das tuas mãos, os outros mereçam toda felicidade do mundo. Que Deus te ilumine nesta hora. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de dar ciência aos presentes e à Srª. Homenageada, de correspondência recebida, hoje à tarde, pela Mesa Diretora da Casa, cumprimentando ao Plenário, aos Vereadores, pela entrega dop Título de Cidadã Emérita à nossa homenageada Maria Pinto Mottola, correspondência esta enviada pelo “Diário do Sul”, e pelo Sr. Secretário de Estado de Recursos Humanos e Modernizaçãio Administrativa, Nestor Fedrizzi.

Solicito à Srª. Verª. Gládis Mantelli, 1ª Secretária da Casa, que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

(A Srª. Gládis Mantelli assume a Presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Frederico Barbosa, proponente da Sessão, e em nome das Bancadas do PFL, PDS e PL.

 

O Sr. FREDERICO BARBOSA: (Menciona os componentes da Mesa.) Meus Senhores, minhas Senhoras, prezados familiares, representantes das mais variadas entidades que aqui acorrem, a convite desta Casa. Certamente , pela reopresentação que tenho através da indicação do meu Líder, Raul Casa, para falar em nome do meu Partido, o PFL, e também para falar em nome do PL, representado nesta Casa pelo Ver. Jorge Goularte, e pelo PDS, representado pelos Vereadores Hermes Dutra, Mano José e Rafael Santos, a autoria deste Projeo é dividida com todos os Vereadores desta Casa. Sei que todos gostaríam de, assim como assinaram a indicação e a tramitação do Projeto, ter a iniciativa de conceder o Título a Maria Pinto Mottola, que é hoje um Título concedido pela Casa do Povo de Porto Alegre. Mas não posso, por uma questão de justiça, ignorar que, enquanto demorei quase doze longos meses para conseguir este currículo que anexei ao Processo, pois a dificuldade estava exatamente em que ela me enviasse o currículo pedido, que terminou sendo exigido, durante este tempo, o Ver. Raul Casa. Líder da minha Bancada, também estava com a mesma idéia e a Verª. Bernadete Vidal chegou a ir ao telefone, para pedir o currículo da nossa homenageada. Então, depois de todos estes meses, senti-me muito feliz por ter perseguido a busca dos dados que Porto Alegre, já conhece, que a Cidade e o Estado já conhecem, mas que, por força das circunstâncias e das exigências regimentais, deveriam estar, e foram anexados, a um Projeto formal, que tramitou na Casa, e que obteve no Plenário da representação popular de Porto Alegre a unanimidade no ato da votação. Era uma questão de justiça iniciar este rápido, breve e simples pronunciamento e citar o nome destes dos companheiros que buscavam também a oportunidade de assinar a indicação deste título que ora entregaremos. Mas meus Senhores, minhas Senhoras e D. Maria, solicitei para ser escalado, em conversa, inclusive, com minha companheira de Mesa, Verª. Gládis Mantelli, para último lugar e, nesta solicitação, quem sabe, alguns poderiam dizer que era para arrematar o que os outros já haviam dito; na verdade, o meu desejo era de que suspeito, por ser o que assinou e encaminhou, pudessem as oradoras que me antecederam, no caso a Verª. Gládis Mantelli, representando o PMDB, e a Verª. Teresinha Irigaray, pelo PDT, falaram aquilo que sabem, que conhecem, e daquilo que a população também sabe e conhece: dos dados referentes à vida dedidaca em seus 37 anos de trabalho à comunidade, através de D. Maria Pinto Mottola. Então agora, me resta a satiafação íntima de saber que tudo aquilo que deveria ser dito, já foi dito pelas oradoras que me antecederam. Gostaria de dizer aos Senhores que quando presido, e tenho presidido grande parte das Sessões Solenes desta Casa, e esta foi revindicada por mim ao Presidente da Casa, para que eu pudesse estar presidindo o título que gostaria de entregar, neste momento, e ter a Presidência dos trabalhos, e quando encerro as Sessões digo que esta Casa se divide em dois momentos e, hoje, fço o discurso agora e não no final da Sessão. Hoje, desde às 14 horas da tarde, até pouco tempo antes de os Senhores chegarem, esta Casa esteve fazendo aquilo que é obrigação e desejo da própria população, ou seja, a nível das idéias estabelecer um debate que deve ser, espera-se que Deus nos ilumine para que seja, um debate que daqui saia para minimizar os problemas da Cidade, os problemas dos porto-alegrenses, principalmente daqueles que, carentes, estão anseando e desejando alguma solução para tudo isto que é uma avalanche em cima da população brasileira. O debate é estabelecido, mas por outro lado existe um capítulo que nos permite, dentro do Regimento, homenagear as pessoas e as representações da Cidade de Porto Alegre. E neste capítulo, tenho dito e repetido e vou tornar a fazer agora, quando o Plenário chega a uma votação de um Título da Cidadão de Porto Alegre, ou de um Título Qorpo Santo para o teatro ou de um Título Érico Veríssimo ou do Mérito Esportivo, ou quem sabe daqui a pouco, se aprovado o Projeto da minha autoria, o título referente à área de imprensa, otítulo Maurício Sirotsky Sobrinho de Jornalismo e tantos outros que a Casa tem para entregar a pessoas que merecem receber, quando a Casa vê a aprovação de un Projeto por unanimidade, sente que as palavras ditas foram realmente de segurança, e que o nome indicado foi bem apresentado. Certamente todos nós estamos cumprindo, também com o nosso dever, que é de debater, discutir e encaminhar os problemas mas também temos de escolher algumas pessoas para receber as homenagens daqueles que representam a Cidade de Porto Alegre. Feito isso eu diria apenas e muito simplesmente, as homenagens que estamos hoje prestando, através de todos os amigos e as amigas que acolheram o nosso convite, ao convite da Casa do Povo de Porto Alegre, que não faríamos uma Sessão com sucesso e a satisfação desta que estamos fazendo, não fosse a presença dos senhores e das senhoras que atestam, definitivamente, o Projeto votado. Eu diria, estamos homenageando a quem? A Maria Pinto Mottola, esposa do companheiro dedicado e homem reconhecido Sílvio Mottola, a mãe dos quatro filhos, em que aqui vejo três deles, Geraldo, Fernando e Rejane, e me permitam eles que destaque o Fernando, poque o Fernando faz com que eu relembre os meus bancos escolares do Anchieta e do tempo em que certamente ele relembra comigo, de que nós estamos saudosos e que sabemos que não voltarão. Não voltarão diante de nós, mas que estamos quem sabe tentando, eu, ele e tantos outros fazer com que nossos filhos, façam com que nós relembremos tudo aquilo que fizemos na nossa juventude.

Nós estaremos agora homenageando a pianista?A pianista, sim. Estaremos homenageando a bandeirante em que um dos Vereadores, quando citei referiu porque certamente todos nós cada um vê a pessoa homenageda por um ângulo e um destes me dizia que só pelo trabalho nas Bandeirantes ela já merecia a homenagem. Estaremos homenageando a mulher que dirige há 12 anos o Conselho. As 12 ARCAS que ela fez e eu, como arcamaníaco, passando os três dias, pelo menos, jantando lá dentro porque assim como a presença de Fernando faz com que eu relembre o meu tempo de infância, a ARCA relembra a mim e faz com que os meus filhos e minha mulher que também aqui está, passemos lá os três dias e me relembre as grandes quermesses da Igreja Santo Antônio Pão dos Pobres e faz com que eu saiba com que cada cruzado depositado em cada uma das bancas e estandes da ARCA eu possa estar colaboreando com aquilo que as senhoras e os senhores que lá trabalharam querem mais, que é colaborar com os cerentes, com aqueles que necessitam do nosso trabalho e do trabalho de tantas pessoas que, anonimamente, coordenadas pelo Conselho e pela Presidente, Maria Pinto Mottola estão a fazer. E o fazem nas 24 horas do dia, todo o ano, mas que congregam publicamente, num evento maior no sentido de expectativa de público, de povo, a ARCA.

ARCA esta, Dona Maria, que esta Casa certamente tem de se comprometer de sempre que o Conselho estiver pronto a realizar e se o problema existir, conseguir um lugar para que possa se realizar ano a ano, poque ela é toda dedicada à população que necessita e que precisa de um trabalho deste porte. Portanto, certamente, a senhora, o Conselhoe tantas entidades que dela participam terão o apoio necessário para que esse evento continue sendo realizado ano a ano em nossa Capital. Não dá para responder a pergunta que fiz; acho que efetivamente, estamos homenageando Maria Pinto Mottola, que é tudo o que não se consegue resumir em tão pouco tempo: a mãe, a esposa, a pianista, a bandeirante, a Presidente do Conselho, enfim, a mulher que está dedicando o seu tempo a serviço da comunidade, a muljher que aparece perante à Cidade e perante o seu Estado, como uma batalhadora sempre à disposição daqueles que dela necessitam pára coordenar uma entidade que merece todo o apoio da população deste Estado, e principalmente, desta Cidade. Portanto, creio que a missão, dividida como disse, de um lado no debate, de outro, nas homenagens, está cumprida mais uma vez. Só para finalizar, devo dizer que o que nós desejamos, o que nós queremos, o que nós precisamos é de que a D. Maria Pinto Mottola cntinue, e certamente continuará, a ajudar, a colaborar, a participar ativamente destes movimentos que somente engrandecem uma população como a da nossa Cidade. Nós já estamos acostumados a saber que de Porto Alegre surgem os grandes movimentos e que do Estado do Rio Grande do Sul, identicamente, surgem grandes nomes que despontam fulgurantemente junto à política e aos mais variados setores, e aos mais variados segmentos sociais. Creio que não ouso dizerque estamos diante de uma mulher que faz parte deste conjunto de nomes que procura e evita a notícia, a manchete, a divulgação do seu próprio trabalho. Mas a obrigação nos faz, certamente, com que nós tenhamos que vir a público e dizer aquilo que ela não quer: meus cumprimentos Dona Maria, pelo seu trabalho, e a certeza de que posso afirmar que nós, representantes do povo de Porto Alegre, estamos muito satisfeitos porque a Senhora está trabalhando por aqueles a quem todos nós precisamos que a população trabalhe, e que aqueles que têm um pouco mais possam ajudar aqueles que têm um pouco menos. Muito obrigado por tudo que a Senhora fez pela cidade de Porto Alegre e a honra que tive neste momento, em falar em nome dos meus companheiros de Bancada, liderados pelo Ver. Raul Casa, pelo companheiro do PL e pelos companheiros do PDS. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Convidamos, neste momento, o Ver. Frederico Barbosa, autor da proposição, a fazer a entrega do título honorífico de Cidadã Emérita à Srª. Maria Pinto Mottola, e a todos os presentes, para, em pé assistirem à entrega.

 

(O Ver. Frederico Barbosa faz a entrega do título à Srª. Maria Pinto Mottola.) (Palmas)

 

(O Sr. Frederico Barbosa reassume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE: Minhas Senhoras e meus Senhores, há pouco tempo a Câmara instituiu o Troféu Frade de Pedra, que traduz o apreço da população porto-alegrense a todas as pessoas que, de alguma forma, prestam serviço à comunidade. Historicamente, traduz a hospitalidade rio-grandense, e uma vez que representa o símbolo da fraternidade e boas-vindas. Convido a todos os Senhores e Senhoras a assistirem à entrega , através da Verª. Gládis Mantelli, 1ª Secretári desta Casa, do Troféu Frade de Pedra à nossa homenageada, Maria Pinto Mottola.

 

(A Verª. Gládis Mantelli faz a entrega do Troféu Frade de Pedra à Srª. Maria Pinto Mottola.) (Palmas)

 

A seguir, com a palavra, a nossa homenageada, Dona Maria Pinto Mottola.

 

A SRA. MARIA PINTO MOTTOLA: Srª Presidente da Mesa, meu amigo Ver. Frederico Barbosa, Srs. componentes da Mesa, meus filhos, minha nora, que também é filha, meus netos, queridos amigos.

Infelizmente eu não tenho o Dom que me permita dizer, neste momento, exatamente o que estou sentindo. O Frederico falou que levei 12 meses para entregar meu currículo. Acho que no fundo, no fundo, era o medo deste momento, omedo da emoção deste momento. E devo dizer, também, Frederico, que essa demora de um ano, fez com que agora sejam 38 anos que tenho de voluntariado. Eu nãopreciso dizer, vocês já devem ter pensado, eu era bem menininha quando comecei. Mas eu quero agradecer, em 1° lugar ao Ver. Frederico Barbosa por ter-me proporcionado esta ocasião, aos Senhores Vereadores que ratificaram o pedido do Ver. Frederico e que fizeram com que eu pudesse estar aqui nesse momento. Estou, realmente, muito orgulhosa, muito feliz, muito contente e muito emocionada. Mas eu devo dizer que eu tenho que salientar três coisas ao agradecer: em 1° lugar eu agradeço a Deus que tem me dado força, saúde, condições para fazer o que tenho feito. Ao meu marido, aos meus filhos, às minhas noras, aos meus genros, e agora aos meus netos que sempre me apoiaram, me apoiam e me dão o respaldo necessário para que eu consiga me manter tantos anos e por tanto tempo no trabalho voluntário, realmente se a família não colabora, não comunga dos mesmos sentimentos, dos mesmos ideais, nunca poderíamos fazer um bom trabalho e durante tantos anos. Eu devo dizer, também, que durante esses 38 anos eu nunca estive sozinha. Eu faço questão de compartilhar este prêmio com todos aqueles amigos que fizeram com que eu pudesse estar aqui nesse momento, sem as minhas amigas bandeirantes, sem os amigos da OSPA que a Vera representa- a Vera não é daquele tempo dos 38 anos- e foi exatamente com a OSPA que eu comecei a minha carreira. Infelizmente tenho amigos que já passaram, não podem estar aqui presentes, outras entidades, a assistência social da Tristeza, a Santa Casa de Misericórdia, o grupo de trabalho do Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, o Hospital São Zacarias que foi por causa de meu filho Geraldo que eu assumi lá um trabalhinho que realizei em três períodos de férias consecutivos e agora o Conselho Estadual de Entidades Assistenciais e em todos esses lugares onde eu trabalhei sempre houve pessoas que me deram muita força. Agora no Conselho eu nem quero salientar nomes, porque graças à Deus estão quase todos aqui presentes e não quero citar nomes porque pela emopção posso ficar atrapalhada e deixar de lado alguns deles, mas quero dizer que faço questão de compartilhar com vocês esta homenagem, porque sem vocês eu não teria tido condições.

Quero dizer que este trabalho sempre me deu enormes gratificações, sempre me senti muito feliz e gratificada em cada tarefa que realizei. Então, eu tenho tido realmente muito apoio e isso muito para mim e me incenytiva a continuar, sabendo que eu conto com tantos amigos, com ajuda tão forte de tantas pessoas, com apoio da minha família, com meus netos que vieram aqui muito orgulhosos e que fizeram questão de contar para todos os amigos do colégio que eu estaria neste momento aqui. Contar com todo este apoio vai ser muito fácil continuar e eu prometo, Ver. Frederico Barbosa, que isso aqui não é um fim, é realmente o início de uma nova etapa que eu até espero que Deus me ajude e que possa ser até mais objetivo e com melhores resultados.

Quero dizer também que este trabalho é gratificante sob vários aspectos, mas num mundo como o de hoje meu marido costuma dizer que o homem é um gigante em técnica, mas um anão em espírito. Eu acho que ele tem razão. Então, neste mundo de turbulências, principalmente agora onde os problemas sociais, parece que de ano para ano se acumulam, se multiplicam, se tornam cada vez maiores, num mundo de tanta violência, de tanto ódio, de tanta competição, de tão pouco amor, quero, como incentivo, que todos continuem, aqueles que já estão na área sócio-assistencial e aos que não estão realmente, a minha experiência de 38 anos me diz que é muito bom porque se tem uma gratificação tão grande no meio de tudo isto, ter assim, ainda amor para dar, ver que com tudo isto, com este mundo feito como está, ainda se pode fazer tanta coisa bonita, que se pode ainda propor a lutar por um mundo melhor, tudo isto, ainda, vale a pena.

Quero dizer a vocês que me ajudem, que fiquem todos comigo, que sigam, assumam, também, uma parte pequeninha desta tarefa em favor dos menos aquinhoados.

E para terminar quero citar palavras que não são minhas, são do Dr. Edson Pereira Neves, do seu livro “Por um Mundo Melhor”. Ele diz, não é textual o que vou dizer, ele diz mais ou menos isto: “Quem tem amor para dar, que faz algo guiado pelo amor, quem olha para o seu semelhante, quem vê em cada pessoa que está do seu lado o seu irmão, é aquele que mais felicidade encontra na vida”. E depois ele termina dizendo: “Tudo aquilo que você fizer em favor do seu irmão, em favor dos outros, com tudo isto, com qualquer coisa que faça, estará pagando pelo privilégio de viver”.

Então, estou apenas, nestes trinta e oito anos, pagando pelo privilégio de estar vivendo. Muito obrigado.(Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Minhas Semhoras e meus Senhores, como disse no pronunciamento, antecipei o que normalmente digo no final de uma Sessão. Resta, ainda, repetindo, agradecer penhoradamente em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre e prasença de todos os Senhores.

Este dia de hoje, o dia da entrega do títuçlo à Senhora Maria Pinto Mottola, certamente, não é o dia ideal que nós desejávamos qiue fizesse em termos de temperatura na Cidade de Porto Alegre, mas, mesmo assim, a presença da nossa homenageada no Plenário da Câmara Municipal fez com que todos os Senhores e Senhoras que representam as entidades estejam presentes. Se citássemos algumas delas e se esquecêssemos alguma, estaríamos cometendo uma injustiça. Conhecemos e sabemos o trabalho que é feito junto ao Conselho e junto às pessoas que destas entidades necessitam tanto.

Nós agradecemos muito a presença de todos, em especial a presença da nossa homenageada e a de seus familiares, dos integrantes da Mesa desta Sessão, enfim, a todos. Certamente o sucesso e o espírito que pairou durante esta Solenidade, de carinho e de afeto, serão transmitidos, agora, pessoalmente, num abraço à nossa homenageada.

Nada a mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

(Encerra-se a Sessão às 18h10min.)

 

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